
No entanto, a lucidez do cineasta reconhece os limites da vida, porque à força inexorável do tempo ninguém escapa. E assim, há que aceitar com resignação a finitude, como se deduz da última entrevista de Manuel de Oliveira.
"Aquilo de que temos a certeza é que ninguém nasce senão para morrer e nenhum dos nossos voltou para contar o que há depois da morte. Eu penso muito nisso agora, quando se chega à minha idade está-se mais consciente. Sou um homem da dúvida. Por isso, trabalho. A fé é um dom que a Natureza dá. A Natureza é subtil e extraordinária. Assim como nos deu a fome, deu-nos a fé. O homem sem fé não pode viver. Fiz um filme que fala disso, é o Non, a Vã Gloria de Mandar. Depois de perder a batalha, há um guerreiro que diz: "Terrível palavra é o "non", não tem direito nem avesso, por qualquer lado que a tomeis, é sempre"non".
Sem esperança, é impossível viver. O Espinoza dizia que o Corpo de Deus era o Universo, e julgo que o Einstein acredita na mesma coisa."
Manuel de Oliveira, in Actual, Expresso, 1 de Maio de 2009.
Um comentário:
sEM DUVIDA NENHUMA.uM GRANDE HOMEM.
Não é qualquer ser humano que chega a esta idade.
Deus o conserve por muitos mais anos.
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