terça-feira, 25 de novembro de 2008

Delft

Delft, Vermeer, século XVII

Aconteceu o inesperado quando cheguei a Delft: a cidade parecia retirada de um quadro de Vermeer que, dias antes, tinha observado no Rijksmuseum em Amsterdam.

A arquitectura, os canais e a calma dessa tarde de Setembro encantaram-me. Sentimento de paz que havia de prosseguir no centro da cidade, onde pessoas de todas as idades passeavam. Aqui e além, alguns detinham-se numa esplanada, observando as crianças que jogavam ou andavam de bicicleta...

Quando a tarde caía e as vitrinas das pastelarias e os carrinhos de rua convidavam a tomar um gelado ou a provar um arenque fumado, acabei por esta última opção. Por que não havia de experimentar aquele peixe fumado que, tendo tanta fama, devia também ser muito gostoso (pensava eu)?! Mas aí a decepção foi total...

Afinal, um pequeno incidente que em nada afectou a imagem de Delft, uma cidade para repetir muitas vezes. E rever as bonitas faianças de cor azul e os azulejos que, durante muitos séculos, os holandeses exportaram para a Europa, incluindo para Portugal...

sábado, 22 de novembro de 2008

Amsterdam


No Verão quente de 1975, durante três semanas, andei viajando pela Europa: Paris, Bélgica e Holanda.

Cheguei a Amsterdam, de comboio, no dia 31 de Agosto quando o Sol declinava no horizonte, parecendo transportar-nos a um fim de tarde de Outono. Uma suposição que havia de continuar.

Lembro-me bem dessas primeiras impressões na Central Station que tomei como bom augúrio. Uma predisposição feliz a que se juntava uma onda de pardais chilreando e esvoaçando à nossa volta. Não havia dúvida, a Natureza queria dar-nos as boas-vindas...

Em breves minutos, o tram levou-nos ao Hotel Rembrandt no centro da cidade. Nova surpresa nesse velho e belo hotel de quartos bem aquecidos que logo tratámos de refrescar, abrindo janelas e desligando o aquecimento...

Nessa noite, depois de uma primeira abordagem pelas ruas da cidade, planeámos o itinerário da semana, dividido entre Amsterdão e três dias à descoberta da Holanda ...de comboio.

O primeiro dia começou pelo passeio de barco, uma experiência a juntar à que, pouco antes, tínhamos vivido em Bruges. Ao longo dos canais, ficava o encanto da arquitectura e dos espaços "com história" para alimentar o gosto por conhecer este povo que soube conquistar terra ao mar...

Pela tarde, desfrutámos a Praça Dam e os recantos circundantes. E nos dias seguintes muito havia para visitar: a Casa de Anne Franck, o Museu Van Gogh e o Rijksmuseum.

Tanta coisa para falar desse país. As casas bem cuidadas e de janelas com cortinas de renda que combinavam com a beleza dos bebés levados a passear pelas mães. Os realejos que tocavam pelas ruas e praças, o mercado das flores e, saindo da cidade, a paisagem verde e plana cortada por canais, onde ainda existiam alguns moinhos.

Poderia continuar a enumerar: a indústria de diamantes, a produção de queijos de diversos tipos, os tamancos...


quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Selecção nacional


Acordei com a notícia do Brasil-Portugal (6-2), um resultado humilhante para quem se habituou a uma onda de vitórias no Europeu de 2004...

Mudou o treinador, mudou a equipa e foi-se o entusiasmo delirante das bandeiras de apoio por todo o país...Bons jogadores nas suas equipas, aqui falham redondamente. Porquê?
Aventam-se muitas razões: falta de empenhamento dos jogadores, inexistência de liderança, incapacidade mobilizadora do treinador. Se calhar a conjunção de todos os factores!

E já agora, aceitam-se apostas quanto ao resultado com a Suécia...será que conseguimos passar a eliminatória?

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Gilhermina Suggia


Falar de violoncelo remete para Guilhermina Suggia, uma personalidade forte como é notório neste retrato existente na Tate Gallery.
Nasceu no Porto em 1875 e foi nesta cidade que faleceu em 1950.
Levada pelos condicionalismos da carreira, viveu grande parte da vida fora do país. Pisou os principais palcos da Europa, actuando com as grandes orquestras do seu tempo.
Foi admirada pelos seus pares e venerada pelas altas individualidades que a rodearam de honras. Mas apesar disso, não esqueceu a cidade-natal.
Ao Porto legou um acervo riquíssimo que prestigia o seu nome e o de futuros músicos.

"Guilhermina revolucionou o instrumento em técnica, posição e sonoridade. Abriu as portas profissionais do violoncelo às mulheres, até então, fechadas. De facto, o considerável gasto de energia exigido para amejar a envergadura do violoncelo, acrescido do facto de as boas maneiras da época obrigarem a colocar o instrumento de um ou outro lado do corpo obrigando a uma significativa contorção do dorso, tornavam o instrumento ainda mais incessível às executantes femininas."
Para um conhecimento básico do percurso de Guilhermina Suggia vale a pena consultar a Wikipédia, local de onde recolhi estas notas. http://pt.wikipedia.org/wiki/Guilhermina_Suggia

Ravel, homenagem a um génio




Ravel, (1975-1937), imagens de um grande compositor que revolucionou a expressão musical.

sábado, 15 de novembro de 2008

Van Gogh


Van Gogh, O Escolar in MASP (Museu de Arte de S. Paulo)

Este quadro de Van Gogh, que integra o acervo do Museu de S. Paulo no Brasil, não é das obras mais conhecidas do Artista. Mas, em meu entender, merece ser apreciado.

No retrato intitulado O Escolar, de cerca de 1890, fica patente o carácter expressionista da pintura de Van Gogh. A utilização de cores fortes e a atitude do menino, olhando para baixo, revela timidez e, ao mesmo tempo, a inocência da idade...
Afinal, os sentimentos de uma criança pouco segura que começava a escolaridade.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Bach




Quando estou triste ou cansada, a música de Bach traz-me paz.
Ouvir o violoncelo e fugir à realidade das coisas...

Karl Begas


A família Begas, 1821

Karl Begas, (1794-1854), artista alemão que, contrariamente ao desejo do pai, seguiu a carreira de pintor.
A imagem reproduz o "quadro familiar": o casal Begas e os filhos, alguns dos quais também optaram pela vida artística.


terça-feira, 11 de novembro de 2008

Butão e a alegria ( FIB )

Além na distante Ásia, nos Himalaias, situa-se um país chamado Butão.
País pequeno e de escassos recursos, mas que possui uma grande vantagem em relação aos países ricos: orgulha-se do invejável grau de felicidade do seu povo.

A monarquia parece agradar aos habitantes do país que, dizem as estatísticas, conta com uma maioria de pessoas felizes!
O Rei trocou a preocupação economicista pela alegria de viver, isto é, o FIB: Felicidade Interna Bruta. Uma original filosofia política que, talvez, possa fazer escola...
Para saber mais, basta consultar Internet. Por agora, alguns apontamentos retirados da Wikipédia.

"O Butão é uma nação muito montanhosa de interior, situada nos Himalaias orientais. Os picos do norte atingem mais de 7 000 m de altitude, e o ponto mais elevado é o Kula Kangri, com 7 553 m. A parte sul do país tem menor altitude e contém vários vales férteis densamente florestados, que se escoam para o rio Bramaputra, na Índia.

A maioria da população vive nas terras altas centrais. A maior cidade do país, a capital Thimphu (população de 50 000 habitantes), situa-se na parte ocidental destas terras altas. O clima varia de tropical no sul a um clima de invernos frescos e verões quentes nos vales centrais, com invernos severos e verões frescos nos Himalaias.

O Butão tem sua economia essencialmente baseada na agricultura, extração florestal e na venda de energia hidroelétrica para a Índia. A agricultura, essencialmente de subsistência, e a criação animal, são os meios de vida para 90% da população. É uma das menores e menos desenvolvidas economias do mundo.

Em 2004, o Butão foi o primeiro país do mundo a banir o fumo e a venda de tabaco.
Além disso, em 1972, o rei do Butão proclamou a criação de um índice de mensuração de desempenho para seu país que esta dando o que falar principalmente nos dias de hoje. Pessoas do mundo interiro estão se reúnindo para discutir sobre o assunto. Ao sumir o trono, Jigme Singye Wangchuck, cravou o fim da importância do PIB (produto interno bruto) para o país e instituiu o FIB (Felicidade interna Bruta) como sendo o principal medidor de desempenho do país. A idéia principal do FIB é a convicção de que o objetivo da vida não pode ser limitado a produção e consumo seguidos de mais produção e mais consumo, de que as necessidades humanas são mais do que materiais, mas em achar fidelidade no percurso da vida. O conceito segue 4 diretrizes: desenvolvimento econômico sustentável, preservação da cultura, conservação do meio ambiente e "boa governança"

António Canova



Inicio o Blog com uma obra de António Canova (1º de Novembro de 1757 - 13 de Outubro de 1821). Artista de rara sensibilidade, ganhou rapidamente o apreço dos meios aristocráticos da sua época. Trabalhou para Napoleão, mas a maioria das suas obras permanece em Itália.

Considerado como o "último grande nome do neoclassicismo", Canova poderá ser apreciado na Villa Borghese, Roma, ou então no Museu da sua terra-natal, Possagno, província de Treviso. Vale a pena o passeio!