quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Declaração dos Direitos do Homem


Passou ontem o 60º aniversário da Declaração dos Direitos do Homem, um documento aprovado pela ONU, que reconhece a dignidade do homem, qualquer que seja a sua etnia ou condição social.

Ainda sob o signo da II Guerra e das suas consequências, o ano de 1948 marcou um ponto de viragem no reconhecimento da condição do homem, ainda que nem todos os Estados tivessem subscrito o documento.

Renascia a esperança no bom entendimento nas relações internacionais que, tendo por base o respeito e a liberdade de todos os países do Globo, assentava numa tríplice vertente: democratizar, desenvolver, descolonizar. É a chamada fórmula política dos "três dês" que ora avança, ora recua com as contradições sabidas.

Qual o balanço destes 60 anos da Declaração? Apesar de tudo, alguma coisa mudou na política internacional e, principalmente, a nível da consciência individual. Se é certo que persiste a fome, não deixa de ser importante a mobilização das pessoas em ONGs ao serviço dos que mais sofrem.

Serão aqui sempre lembrados os países do Terceiro Mundo, mas por hoje fixo-me nos Estados ditos desenvolvidos, onde continuam a existir desigualdades socio-económicas e a discriminação e a opressão. Basta olhar para as crianças, as mulheres, os velhos e os deficientes...

Ontem "apanhei" na TV5 um documentário relativo a deficientes. Um grupo de jovens em cadeira de rodas (alguns com graves distúrbios da fala) visitava o Egipto: Lucsor, passeio de barco pelo Nilo, compras num bazar.
Apesar das dificuldades sentidas pelos carregadores das cadeiras e monitores, sorriam felizes por ver in locu aquilo que nunca julgaram possível. Mas logo a tristeza aflorou ao rosto de uma rapariga que confessava a tristeza pela sua total dependência: lavar-se, vestir-se, comer, ir à casa de banho...

Sendo aquele um grupo especial que teve acesso a um cruzeiro ao Egipto, pensei em todos os outros ainda mais desfavorecidos na sua sorte de deficientes. E como um destes rapazes dizia, ainda que com imensa dificuldade, os deficientes esforçam-se por ultrapassar as suas limitações, tentando levar uma vida normal, igual à de toda a gente. E nós, os ditos normais, que fazemos para ir ao encontro dos deficientes? Fica a pergunta, a nós cabe-nos reflectir e, quem sabe, mudar as atitudes e comportamentos.


Nenhum comentário: